O Plenário Simão Estácio da Silveira sediou na manhã desta sexta-feira, 29, uma Audiência Pública com o tema: “Educação do Bairro Sá Viana e regiões adjacentes”. Audiência foi marcada pela ausência de representantes da gestão pública municipal.
O autor da proposição, Marlon Botão (PSB), lamentou a ausência do poder público e defendeu a importância do encontro. “São Luís não cresce só com obras, ela cresce é com estudo, com oportunidades àqueles que mais precisam. Esse descaso demonstra que o problema do Sá Viana nunca foi a escassez de recurso, mas a falta de interesse político”, declarou.
Aprofessora, militante e conselheiraparticipativaMoisilesiadeJesus que também é vice-presidente da Associação Comunitária da ÁreaItaqui-Bacanga(ACIB), fez coro à lamentação de Botão pela ausência da Prefeitura e lembrou que o Sá Viana é uma comunidade consolidada pelos seus 105 anos, com uma população superior a 12 mil habitantes. “Se temos gestores que ainda não compreenderam a necessidade da educação precisamos dizer para eles sua função enquanto executivo municipal: garantir direitos básicos fundamentais”, completou.
A principal reclamação da comunidade é a carência dos aparelhos públicos do Estado tais como escolas e creches públicas municipais. “Estar nesta manhã tirando um tempo para falar deste assunto é perceber que as pessoas de importam com educação, exclusão social e falta de políticas pública. Parafraseando Paulo Freire: se através da educação não conseguimos algo, muito menos sem ela”, frisou Moisilesia.
A realidade de quem convive com a ausência do Poder Público
Glauciane Gonçalves é mãe de três crianças atípicas com 8, 11 e 14 anos. Cada uma delas precisa se deslocar para unidades distintas na Vila Embratel. Glauciane relatou as dificuldades que enfrenta com o deslocamento diário entre elas a demora no horário dos coletivos, o que resulta em muitas ocasiões no deslocamento a pé.
“Ter uma escola próxima a minha casa simboliza não apenas educação digna, mas uma forma de respeito. Não estou representando apenas meus três filhos, mas uma grande comunidade atípica do Jambeiro e Sá Viana que por não ter suporte próximo de casa precisa buscar suporte longe, isso quando simplesmente não buscam”, frisou.
Encaminhamentos
Entre os encaminhamentos da audiência está uma indicação ao Governo do Estado pedindo a reforma da Escola Antônio Ribeiro da Silva localizada no bairro. O vereador colocou ainda seu gabinete à disposição da ação civil pública que pleiteará a construção de novos ambientes educacionais. Além da abertura de diálogo junto à Universidade Federal do Maranhão (UFMA).
Compuseram da mesa Moisilesia de Jesus, vice-presidente da Associação Comunitária da Área Itaqui-Bacanga(ACIB); Neide Costa, presidente da União de Moradores do Sá Viana; Taílson Tavares, conselheiro tutelar da área Itaqui-Bacanga; Deilson Louzeiro, coordenador de projetos do Centro de Defesa da Criança; Lara Gabriele, ativista social; Glauciane Gonçalves, mãe atípica.
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